terça-feira, 16 de março de 2010

Considerações sobre o Flâneur

Saí pra caminhar sem direção; eu nunca sei aonde vou parar. Há ruas de que gosto, outras quais não passo por lá. Meu relógio não tem horas. Meus passos não têm escrúpulos.



O Flâneur, tanto o verbo, quanto o ser, é um dos mais simpáticos conceitos das sociedades modernas. Um caminhador despreocupado, um walk-a-holic urbano, que goza a cidade de forma peculiar e de certa forma bizarra aos padrões de rotina costumeiros.
Devemos ressaltar que o flâneur é imparcial. Não se mistura na paisagem. Procura apreender o máximo do momento com o mínimo de participação.


Flanar pela cidade, serve, a quem lhe convém, de inspiração e ensinamento. A infinidade e aleatoriedade de acontecimentos, sensações que experimentamos no flanar, estimula a reflexão e a comparação. A  cidade, como organismo vivo, pode oferecer muitas das respostas que procuramos para nossas indagações pessoais.


A esmagadora maioria de flâneurs habitam as noites e são estreitamente conectados com o "boêmio way of life", uma vez que à noite, a cidade se mostra mais crua e sincera, livre das interferências dos automatismos sociais; apesar disso, é perfeitamente possível que haja uma "flânerie" diurna e vespertina, bastando para isso, que a urbe emita o chamado — e os capazes de ouvir, saberão.

Trilha sonora recomendada:
Pedro Flora - Você não parece se importar

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